Já dizia a canção escrita por Renato Russo e tantas vezes cantada pelo Capital Inicial, até hoje, “Que país é esse?”
Infelizmente, ainda em nosso Brasil a frase de ordem é: “as coisas não vão pra frente”. Erros acontecem em todas as esferas do poder público, no Executivo, no Legislativo e no Judiciário (talvez nesse esteja o problema mais grave, a enorme demora), o que é inadmissível não é os erros em si, eles inevitavelmente acontecem, mas sim permanecer no erro, ou seja, não ter soluções para os mesmos. Problemas simples ou não, a solução é sempre complicada, burocrática e demorada e quase sempre, quando há uma solução, é apenas uma “solução parcial”.
Um dos vários exemplos que podemos citar, que demonstra esta caótica situação, é a correlação entre dano moral e indenizações. Vejam o caso do pernambucano Lucimário José de Lira, que foi preso injustamente por 6 anos, devido à incompetência da polícia e do Executivo em geral. Ele pode sim requerer uma indenização judicialmente contra o Estado, porém, como costuma-se dizer, esta seria uma “indenização para os netos”; além da demora imensa entre as instâncias judiciárias (podendo levar mais de 10 anos), quando o mesmo finalmente ganha a causa, o Estado ou a União dispõem de vários meios onde “enrolam” este pagamento, e quando pagam – depois de muito tempo literalmente – o pagamento é feito em inúmeras parcelas mínimas. Será que isso é ser de fato indenizado?...
Em relação ao Legislativo, até quando suportaremos legisladores (Deputados, Senadores e companhia) sendo eleitos pelos partidos poderosos e não pela quantidade de votos em si? É por essa e outras que a troca de favores reina nas eleições, por isso os partidos fazem alianças com deus e o diabo. Em suma, vivemos num país onde partidos menores não têm chance e, além disso, quando votamos em uma pessoa honesta e proativa, co-elegemos um corrupto por outro lado, quando estes fazem parte do mesmo partido/coligação em questão.
E quanto não ganham esses políticos, somando os quatro anos de mandato! O contingente deveria ser cortado pela metade.
As coisas por aqui não funcionam por uma simples razão: “o mundo dos felizes é diferente do mundo dos infelizes” (Wittgenstein). Uns querem que as coisas continuem como estão, os outros querem mudanças já!
Enquanto a grande maioria dos políticos for composta por cidadãos que nunca experimentaram na pele a realidade do povo brasileiro, ou por aqueles que já a esqueceram, nada mudará.